sábado, 25 de outubro de 2014

Uma conversa sobre o voto nulo

Eu estava sentado no ônibus vindo de um curso ao lado de uma amiga, quando ela me questiona:

Amiga: Lucas, vai votar em quem para Governador?

Eu: Vou votar 42, porque é a resposta da vida, do universo e de tudo mais kkk vou anular meu voto.

Amiga: Anular?! Mas tanta gente lutou, foram as ruas e se manifestou para que tivéssemos o direito de votar e agora tu vai simplesmente anular.

Eu: Sim, é isso mesmo que vou fazer. Acredito que lutamos, porque me incluo nessa história por mais que não tenha vivido na época, para podermos ter o direito de votar e não impor o voto, isso sem esquecer de falar que a lei me permite fazer isso.

Amiga: Eu sei que a lei permite, mas tu vai deixar de fazer o teu papel de cidadão?

Eu: Mas eu vou fazer o meu papel de cidadão, vou lá no dia votar, só que vou anular meu voto.

Amiga: Do que adianta se não vale nada? Vai só jogar teu voto fora, porque ele não vai alterar nada, só vai contar para as estatísticas.

Eu: É aí que você se engana, porque meu voto vai valer muito e não será jogado fora, por mais que seja anulado, porque dessas estatísticas podemos tirar diversas reflexões: por que estão anulando tanto o voto? Por que estão votando tanto em branco? Por que não estão indo votar? Essas estatísticas serviram de base para pesquisadores de diversas áreas proporem diversas reflexões e daí começarmos a pensar e notar onde estamos errando no nosso modelo político. Se ele não muda algo diretamente, simplesmente votar em um candidato também não muda, é preciso muito mais do que votar.

Amiga: Depois você não pode reclamar do candidato que ganhar viu? Porque você decidiu jogar seu voto fora. Pensa bem, se eu voto em um candidato, ele ganha e não faz nada vou ser obrigada a falar “que pena que votei nele”, mas se o candidato que não votei ganha e não faz nada posso falar “eu avisei que ele não ia fazer nada”, mas tu não pode fazer isso, porque vai votar nulo.

Eu: Gostei do seu exemplo, como votarei nulo, já prevendo que os dois só faram merda, vou poder falar “eu avisei que ele não ia fazer nada” não importando quem ganhe kkkkk E eu posso vou poder reclamar sim, porque ele vai estar me representando eu querendo ou não. Mesmo que um candidato meu ganhe tenho o direito de ir lá e reclamar, não é porque votei nele ou não que vou lamentar ou reclamar, isso vou fazer com quem tiver eleito.

Amiga: Por que não vota no menos pior? Vai deixar que outras pessoas escolham por ti?

Eu: Até tento escolher o menos pior, mas vamos pegar o segundo turno no Ceará. Camilo e Eunício, na minha reflexão são igualmente ruins, os dois antes estavam no mesmo grupo político e agora estão cada um de um lado e, pior, lado a lado de oligarquias, cada um na sua oligarquia. Não vejo vantagem alguma em escolher um dos dois, porque os dois estão ao lado de formas ridículas de fazer política, então, para mim, pouco importa caso um dos dois ganhe, porque não tem diferença.

Amiga: Eu não me sentiria bem em não votar.

Eu: Eu não me sentiria bem em dar meu voto para a oligarquia de Tasso Jereissati ou para a dos 
Ferreira Gomes.

Amiga: Tu não conseguiu me convencer a votar nulo.


Eu: E eu nem queria isso, só queria mostrar que votar nulo não me faz menos cidadão, não tira o meu direito de reclamar e muito menos é jogar meu voto fora. Posso até nem ter conseguido mostrar isso, mas quem sabe alguém no ônibus que tenha escutado nossa conversa tenha concordado comigo kkkk

(A conversa mistura ficção e realidade)





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