terça-feira, 9 de setembro de 2014

Estratégias não mudam por acaso - Érico Firmo

Érico Firmo
Mudanças bruscas de estratégia em campanhas eleitorais não ocorrem por acaso. As grandes coligações gastam quantias significativas na realização de pesquisas e acompanham meticulosamente as alterações no humor dos eleitores. Inclusive, são feitas medições dia a dia para captar logo as oscilações e agir para contornar crises ou aproveitar chances de avançar. Na sexta-feira passada, a campanha de Eunício Oliveira (PMDB) já adotou postura muito mais agressiva em relação à administração de Cid Gomes (Pros). Abandonou o estilo adotado até então, de críticas até leves e muitas propostas. Partiu para a ofensiva direta. O tom do programa, antes leve, voltado para a trajetória do candidato e suas propostas, ganhou contornos mais graves. O primeiro alvo foi a segurança pública. A mudança de comportamento era o prenúncio do que a pesquisa O POVO/Datafolha revelaria ontem pela manhã e do que o Ibope confirmou na noite de ontem.

O momento é evidentemente difícil para a campanha oposicionista, mas o cenário mais provável, hoje, permanece sendo de vitória de Eunício no primeiro turno. Porém, mais uma semana de crescimento de Camilo Santana (PT) neste ritmo e os dois praticamente empatam. Para o peemedebista, é preciso reverter a tendência.


Com mais de um mês até a eleição, é sempre um risco a decisão a se tomar. É hora de partir para o tudo ou nada? Vale à pena arriscar, com o perigo de perder tudo? Afinal, Camilo tem subido muito, mas Eunício caiu proporcionalmente pouco. No Ibope, apenas oscilou, dentro da margem de erro. A postura mais agressiva tenta tirar votos do adversário, mas corre o risco de aumentar a própria reação. Por outro lado, não dava para o peemedebista assistir parado ao avanço do candidato governista. As últimas horas seguramente devem ter sido de muita dor de cabeça no comitê do líder das pesquisas para decidir qual o rumo seguir.

Érico Firmo





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